AFINAL, QUAL É A DE MOISÉS?

por Laudelino Sardá


SANTA CATARINA – O governador Carlos Moisés (PSL) tinha tudo para triunfar no trono. Mas misturou alhos com bugalhos ao insistir com uma determinação militar em um processo em que a habilidade política é imprescindível à sobrevivência no contexto do relacionamento com a sociedade. Moisés entendia que com a sua vitória seria possível interagir com a sociedade sem o enredo político-partidário. E procurou sobrepor, inclusive ao poder legislativo, a sua ousadia de querer inovar o modelo independente da história, dos sobressaltos e dos vícios de uma democracia brasileira que demora para se renovar.
Moisés demorou para se acordar e, mesmo assim, já despertado, não consegue adequar-se a uma realidade que se torna indesejável para quem aposta em um modelo de desenvolvimento imune às algazarras de uma Nação, que ainda convive com as heranças de um império que explorou como pôde a sua colônia.
O governador Moisés se esqueceu de formular uma proposta para Santa Catarina. E mesmo na tentativa de querer moralizar a gestão pública, foi atropelado pela denúncia de ter cometido irregularidades na aquisição de equipamentos para o combate ao coronavirus. O governador Colombo Salles, mesmo sob a pressão das oligarquias, impôs um modelo que deu certo e sobressaiu-se com um exemplo de gestão. Moisés, ao contrário, não resistiu às infiltrações políticas e se recolheu em busca de soluções palacianas.

E O QUE RESTA A MOISÉS?

É muito difícil querer recolocar seu governo nos trilhos da política, mas do jeito em que está a Nação, apostando em alternativas novas e confiáveis, Moisés deveria apressar os passos no sentido de formular uma proposta para o Estado, que está à mercê do desorientado governo federal. Não adianta achar que investir em estradas federais dará retorno político. Moisés deveria – isto sim – apostar em medidas capazes de abrir perspectivas para Santa Catarina minimizar seus problemas sociais e econômicos.

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