JOGO DE INTERESSES

por Laudelino Sardá


SANTA CATARINA – O ex-governador Pedro Ivo Campos, numa viagem ao Rio de Janeiro, contextualizou o então PMDB numa frase: “enquanto não tiver planos para mudar Santa Catarina e o Brasil, continuará sendo um partido mergulhado na desconfiança”.
E continua até hoje. Com tantos nomes fortes, o atual MDB faz malabarismo para fechar com a reeleição do atual governador, e o mais curioso é que não se trata da maioria do partido, mas de caciques acomodados que só visualizam vantagens pessoais.
Não há justificativa para o partido de hoje não pensar em um projeto para Santa Catarina. Seria natural se o atual governo tivesse desenvolvido um trabalho capaz de alimentar a reeleição do seu titular. Mas é sabido que o seu desempenho ficou bem abaixo da promessa de inovar um modelo de administração pública. Isto permite concluir que os esquemas dentro do MDB são de grupos e de interesses pessoais, e denotam a ausência de liderança capaz de reunir a legenda em torno de conquistas e não de acomodação.
Com a criação da federação de partidos, o MDB, com esse desempenho pífio, é capaz de ser um suporte de outro partido. Até porque as perspectivas do partido nos municípios não alentam boas estratégias. As novas gerações poderiam estar engajadas na luta histórica do MDB, mas nas atuais circunstâncias não dá para acreditar num partido que demonstra estar envelhecido e sem forças para suportar os desafios que se renovam a cada dia.
Com certeza a liderança de Luiz Henrique da Silveira já teria instituído outro rumo ao partido, mas ele não deixou sucessor. E, por isso, o MDB diluiu-se nos municípios sem construir uma força estadual. E Carlos Moisés, que agora sentiu o sabor amargo da política, pode acabar sendo o líder que os emedebistas precisam.

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