CIDADES CARENTES

por Laudelino Sardá


SANTA CATARINA – A visão do governo do Estado resume-se às obrigações de suas estruturas funcionais, sem a preocupação de conhecer a realidade de cada região. Somos um estado privilegiado com estrutura de microrregião, que converge esforços dos municípios em torno de propostas amplas. Contudo, o governador, há muitos anos, continua dando audiência a prefeitos sem planejamento regional. Ora, Santa Catarina é o que é no cenário nacional em razão da perseverança de trabalhar a qualidade de vida das cidades. E isso se deve a cada cidade, porque, depois do período de governos de Irineu Bornhausen a Konder Reis, cujas estratégias se voltaram para cidades do interior, não se viu preocupação com o planejamento estadual direcionado aos cidadãos.
Obras rodoviárias são importantes sim, mas o Governo precisa dar prioridade à felicidade dos cidadãos. E um dos pontos valiosos é a questão da marginalidade social. O que ocorreu em Petrópolis, por exemplo, deve servir de advertência a própria Santa Catarina, principalmente aos prefeitos. A fiscalização do meio ambiente é uma ação imprescindível, desde que acompanhada de providências no sentido de ajudar famílias a minimizarem seus sofrimentos em ambientes de miséria e privação. A propósito, o governo federal alterou o fundo de construção de casas populares, dando prioridade a classes médias. Errou! A Europa superou a sua grave pobreza – Paris era tomada de favelas no final do século 19 – com suportes a famílias carentes.
Ao invés de apenas socorrer empresas, organizações especiais etc. com recursos públicos, no sentido de minimizar a crise econômica, o governo deveria dar assistência a famílias que sofrem com a falta de moradia e de alimentação. Assim, nosso Estado, que ainda é modelo, poderá vencer os desafios e dar exemplo ao Brasil. Infelizmente, há muitos políticos que fecham os olhos para a miséria social.

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