Educação, a melhor opção…

por Laudelino Sardá


Santa Catarina – O Governo de Jorginho de Mello (PL) inicia-se sem definir bem o que quer. Apostou na educação para todos, mas acabou freado pela situação financeira do Estado. E uma das primeiras decisões indica aumento salarial do próprio governador, vice e do secretariado. É o estado brasileiro em que o governador ganha menos que um deputado.
A promessa do governador, de investir na educação, pode – e deve – ajudar Santa Catarina a fortalecer e enriquecer mais ainda as fundações de ensino superior, antes que as suas valiosas instituições sejam abocanhadas por empresas privadas, como foi a Unisul. Uma das particularidades do nosso Estado é o sistema fundacional, que ensejou às microrregiões a formação de profissionais, sem precisar deslocar seus jovens para Floripa ou outras cidades em busca de diploma. A UFSC e a Udesc são referências em qualidade de ensino no Brasil, e o governo do Estado deveria costurar bem essa parceria para que essas duas universidades públicas contribuam à qualidade ainda mais avançada das fundações comunitárias.
O que falta é uma política para integrar as universidades no processo de desenvolvimento de cada região. E a ideia inicial do governador Jorginho de Mello, de contemplar alunos carentes com bolsas de estudos, pode apresentar dois resultados significativos. O primeiro é o fortalecimento o Sistema Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacional), criada sob a liderança do professor Osvaldo Della Giustina, ícone do ensino superior do Estado. As Universidades, tanto a federal, a estadual e as municipais têm papel importantíssimo na consolidação do modelo de desenvolvimento catarinense, bem como podem ajudar na solução de problemas sociais através do fortalecimento de suas atividades de pesquisa e de extensão. O segundo resultado proporcionaria uma vocação mais técnica aos governos (federal, estadual e municipais) e, com isso, os investimentos do Estado no ensino superior trariam respostas abrangentes, quem sabe para aprimorar cada vez mais o modelo social e econômico deste nosso Estado privilegiado.
Falta agora é o governador cumprir a sua promessa de campanha. E para viabilizar o compromisso é imprescindível que o Governo constitua uma equipe técnica, de forma a elaborar um projeto viável, não sob apenas a ótica das Universidades, mas, sobretudo, para atender às demandas de necessidades do Estado, adequando cada instituição às peculiaridades de cada região.

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