Chega de proselitismo…

por Laudelino Sardá


Santa Catarina – Santa Catarina precisa abandonar o proselitismo político e assumir um modelo eficiente de gestão pública. Até porque a construção da referência SC, que todo o Brasil admira, é produto da força comunitária embrenhada nas regiões até então sem identidade. Os imigrantes alemães, italianos, açorianos, espanhóis, japoneses, poloneses, portugueses e tantos outros construíram a identidade catarinense, pautando-se na qualidade de vida. Mas esse modelo, que poderia ter alcançado no século 21 uma posição de mais destaque, acabou atropelado pelos vícios políticos de uma Nação ainda amordaçada pelos três poderes. Os países com força democrática, principalmente os do Norte europeu, permitem que seu habitantes vivam a liberdade, tranquilidade e sobretudo a confiança em um sistema que não ameaça a integridade social, política e econômica num conjunto só.
É difícil de acreditar que o Brasil será um país com a qualidade de vida do Norte europeu. E a razão é muito simples: os três poderes não estão interessados em mudar o modelo, que favorece classes políticos que trocam favores para agarrar-se ao poder. O nepotismo que agasalha Brasília e anestesia o restante do Brasil varou o século e tende realimentar o fementido processo de persuasão social, na falsa sincronia de que a ação política abastece o povo.
Quem não iria a uma Igreja agradecer se o Brasil estivesse se esforçando para o povo sobreviver com alegria? O difícil é acreditar nessa tendência, até porque os novos políticos, conduzidos a mandatos nos legislativos, rapidamente já se enquadraram ao modelo perverso. Basta lembrar que mesmo antes de assumir seus mandatos, os parlamentares já foram agraciados por uma invejável grana. E eles não sabem o que dizer, mas, com certeza, estão muito felizes com o recheio orçamentário.
Só há uma forma de mudar o Brasil para a segunda metade do século 21: investir, investir e investir na qualidade da educação, valorizando a tecnologia que permite aos estudantes acompanhar a vida do país, do estado e da sua cidade. A formação ética das novas gerações é essencial à sobrevivência democrática. É impossível continuar convivendo com os surrados discursos do século 20, em que políticos compravam votos para se manter no poder. Assim foram a UDN, PSD, PTB, PMDB e tantos outros que transitaram nos perjúrios e perrices do lamaçal político brasileiro. É preciso dar um basta e acreditar nos cidadãos que possam com o povo sussurrar as velhas práticas e neutralizar os suspirosos.
Santa Catarina precisa continuar um modelo para ajudar o Brasil a se encontrar.

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