As marcas e a eficiência de Colombo Salles no governo…

por Laudelino Sardá


Santa Catarina – Nem mesmo as diferenças político-partidárias, a ditadura militar e a centralização das decisões em Brasília impediram Colombo Machado Salles de governar pelo diálogo e em benefício de Santa Catarina. Os adversários tinham muito respeito por ele, embora indicado pelos militares para governar o nosso Estado.
Sem esconder preocupação com perguntas de jornalistas, o ex-governador era determinado e, ao mesmo tempo, prudente nas respostas. Mesmo integrando o esquema militar no Governo Federal, Colombo manteve a sua gestão isenta de compromisso com os generais, a ponto de o seu sucessor, Antônio Carlos Konder Reis, ter desabafado em Petit Comité pouco antes da sua posse no Palácio da praça XV: “Hoje a revolução chega a Santa Catarina”.
A eleição indireta, aprovada pelo Congresso Nacional ensejou aos militares um maior controle político nos estados. E justamente nesse cenário Colombo Salles manteve-se distante, concentrando seu esforço no planejamento do seu governo, com uma equipe técnica liderada pelo economista Alcides Abreu e pelo engenheiro Glauco Olinger. Uma estratégia enalteceu o governo de Colombo: o planejamento de todo Estado. Ele retomou a preocupação com o planejamento, reduzindo compromissos burocráticos para organizar metas que fariam a diferença na administração estadual. O presidente Emílio Garrastazu Médici indicou Colombo para o Governo de Santa Catarina com a intenção de neutralização as ações de oligarquias no Estado. Colombo, contudo, sequer esboçou estratégia contra as oligarquias, justamente por que mensurava o peso nas famílias Ramos e Bornhausen no contexto político-partidário.
O importante na gestão de Colombo Salles foi o balanço das dificuldades que cada região concentrava em seu processo de crescimento. Aliás, Celso Ramos e Colombo Salles deixaram suas marcas no Governo, preocupados com o futuro de Santa Catarina e com as soluções emergenciais para Florianópolis.


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