AUMENTO NO VALOR DESTINADO AO FUNDO ELEITORAL GERA POLÊMICA
por Richard Ritter – @richardritteroficial
BRASÍLIA – O aumento do valor a ser repassado ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o chamado fundo eleitoral, gerou reação de senadores durante a votação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2022. O PLN 3/2021, aprovado nesta quinta-feira (15) pelo Congresso Nacional, criou uma fórmula para o cálculo do montante a ser repassado ao fundo, que vai passar de R$ 2 bilhões para R$ 5,3 bilhões.
Vale lembrar que Dário Berger (MDB – SC) foi o único senador catarinense a votar contra o aumento do fundo eleitoral proposto na LDO 2022.
— DÁRIO, não há justificativa para triplicar os recursos do Fundo Eleitoral. São quase R$ 6 bilhões. Algo desconexo da realidade do país que vive uma crise sem precedentes. Enquanto isso Santa Catarina fica mendigando por recursos para as obras intermináveis nas rodovias federais e a previsão de aumento do salário mínimo é de R$ 47,00. Inaceitável.
No Rio Grande do Sul o senador Lasier Martins (Podemos – RS).
— LASIER, Elevar o discutido fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões para as próximas eleições é mais do que um abuso do dinheiro público, é uma vergonha para o Congresso. No Senado, quase viramos o jogo. Conseguimos 33 votos contra 40.
— ALESSANDRO, novamente, não reflete a necessidade do país, não garante requisitos de transparência e faz uma quase triplicação dos recursos destinados ao Fundo Eleitoral. É desnecessário, é equivocado e é desrespeitoso com as centenas de milhares de vidas que já perdemos e com o tamanho dos investimentos que serão necessários para a recuperação da nossa economia — criticou o líder do Cidadania, senador Alessandro Vieira (SE).
A votação foi feita de forma nominal, a pedido do Podemos. O partido havia apresentado um destaque para a votação em separado dessa parte do texto, mas o pedido foi derrubado na Câmara. Ao pedir a votação nominal, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos – PR), vice-líder do partido, afirmou que o registro serviria para marcar a “impressão digital” dos que aprovassem o aumento.
— É um absurdo o que estão fazendo. Em plena pandemia estão possibilitando que se aumente o fundo eleitoral. É uma coisa absurda! A imprensa toda já está falando nisso. É um desrespeito à nação — disse o senador, que orientou o voto não.
O senador Eduardo Girão (Podemos – CE) disse considerar o aumento indecente e imoral. Ele chegou a sugerir que o destaque apresentado pelos senadores do seu partido fosse reestabelecido e disse que, caso contrário, não poderia votar a favor da aprovação por causa do aumento do fundo.
O vice-presidente do Congresso, deputado Marcelo Ramos (PL – AM), que presidia a sessão, explicou que não seria possível retomar um destaque e votar pela derrubada apenas dessa parte, já que os destaques haviam sido rejeitados durante a votação dos deputados.
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