Entrevista | Odair Tramontin

por Richard Ritter – @richardritteroficial

O terceiro entrevistado da série de entrevistas exclusivas com os principais candidatos ao Governo do Estado de Santa Catarina nas Eleições 2022 pelo Portal Hora Política, é Odair Tramontin, Promotor de Justiça, especialista em Administração Pública, Tramontin tem um amplo histórico de combate à corrupção em sua atuação no Ministério Público desde 1988, tendo sido o primeiro Coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) de Blumenau, entre 2016 e 2018.
Filho de lavradores, estudou sempre em escolas públicas, graduou-se em Direito pela UFSC e especializou-se em Direito Penal e Processual Penal. É mestre em Ciências Jurídicas e professor na Universidade Regional de Blumenau desde 1990, onde exerceu a função de Chefe de Departamento do Curso de Direito.
Tramontin já foi candidato a Prefeito pelo NOVO em Blumenau, em 2020, ficou atrás apenas do candidato a reeleição e do ex-prefeito da cidade. Atualmente é candidato ao Governo do Estado de Santa Catarina nas Eleições 2022.

Richard Ritter: O seu nome surge como uma novidade no cenário da política catarinense. O eleitor não o conhecia. Quem é Odair Tramontin e o que o levou a se tornar candidato a governador de Santa Catarina?

Odair Tramontin: De fato, eu sou novo na política, como diz o nome do meu partido. Nunca fui filiado, nunca me envolvi com a política, até o momento que eu percebi que nós estamos precisando de renovação. O catarinense, o brasileiro em geral, está cansado do modelo atual da política, desse “toma lá, dá cá”, do partilhamento de cargos, das acomodações pelos interesses políticos partidários e não da sociedade em geral. A política virou uma profissão, virou um negócio.
Foi aí que eu conheci o Partido Novo, que é um partido jovem, que tem ideias diferentes, que é o único que não usa fundão eleitoral, enquanto os demais vão utilizar quase R$ 5 bilhões de recursos em 45 dias para fazer campanha e financiar projetos pessoais. É um partido que incentiva os profissionais bem sucedidos da sociedade a entrarem na política e emprestarem toda a sua experiência de gestão para a vida pública.
Foi isso que me motivou. Eu sou formado em Direito, promotor de Justiça pelo Ministério Público há 34 anos, professor da Universidade Regional de Blumenau (FURB) há 3 décadas. Conheço a máquina pública e ao longo de toda a minha carreira trabalhei para combater as consequências da corrupção. Agora, quero atuar para acabar com as causas da corrupção, que estão na política: o excesso de burocracia, a necessidade de se manter num cargo a todo custo.

Ritter: E como fazer governar sem o apoio dos demais partidos? O Partido Novo não fez nenhuma coligação, é chapa pura.

Tramontin: Nós vamos fazer diferente. Como que se faz isso? Fazendo uma gestão com pessoas técnicas, com pessoas com habilitação, com pessoas certas nos lugares certos. Ao invés de deixar apadrinhados políticos ocupando vagas no governo, faremos processo seletivo para escolher os melhores profissionais para cada função dentro da administração. É assim que a gente faz em uma empresa, é assim que a gente faz na nossa casa. Simples.
O prefeito Adriano Silva, de Joinville, o único prefeito eleito pelo Partido Novo no Brasil fez isso. Recebeu mais de 20 mil currículos quando assumiu a administração da maior cidade do estado e selecionou as pessoas mais capacitadas para exercer as funções, de acordo com as suas aptidões. Em apenas um ano e meio, ele (Adriano) está revolucionando Joinville e tem uma avaliação extremamente positiva, com quase 90% de aprovação.

Ritter: Se eleito for, quais serão as suas prioridades como governador de Santa Catarina?

Tramontin: Eu andei o estado inteiro, já rodei cerca de 15 mil quilômetros dirigindo o meu próprio carro e constatei o absoluto abandono do atual governo nas rodovias. Então a infraestrutura será uma das nossas prioridades. Não podemos admitir que o catarinense se arrisque diariamente nessas estradas em péssimas condições, nem que o setor produtivo seja submetido a esse desgaste.
As rodovias fazem o escoamento de nossa produção aos portos e, do jeito que está, só atrasa o processo e aumento o custo. Essa foi a principal demanda que eu recebi das entidades de classe que representam a sociedade organizada na minha pré-campanha, quando visitei todas as regiões de Santa Catarina. É o grande clamor do catarinense, junto com a saúde pública, que também pede socorro.
Temos mais de 100 mil catarinenses em filas de espera por um procedimento, em um momento em que o estado está jorrando dinheiro, fazendo Pix para todos os municípios, numa demonstração muito clara de que falta gestão, que falta eficiência, que falta entrega de resultados. Vamos direcionar os recursos públicos, que não são do governador e sim do pagador de impostos, àquilo que realmente interessa: infraestrutura, saúde, educação e segurança.

Ritter: E como fazer para chegar ao governo com toda essa desproporção entre um partido jovem, sem muitos apoios, contra grandes coligações, que se perpetuam no poder há tantos anos?

Tramontin: Há certos valores que o Partido Novo não abre mão. Eu, como pessoa, não abro mão. Então foi por isso que permanecemos sozinhos, sem coligações, sem se vender por troca de cargos ou coisas assim. Temos consciência que é o caminho mais difícil, mas optamos por fazer a coisa certa. É uma luta de Davi contra Golias, mas acreditamos que o brasileiro, o catarinense, merecem respeito.
É uma disputa emblemática, onde a desproporção é muito grande, realmente. Enquanto os outros partidos usam o imoral fundão eleitoral, gastando quase R$ 5 bilhões de recursos públicos em 45 dias, nós faremos uma campanha humilde, focada nos nossos princípios, sem sujar as mãos com esse dinheiro que deveria estar sendo investido em serviços essenciais.
Se hoje faltam leitos de UTI, é porque o recurso do fundão está fazendo falta. Se hoje nossas estradas estão péssimas é porque o recurso do fundão está fazendo falta. E assim em todas as áreas. Mas tenho certeza que o eleitor está vendo tudo isso e fará sua análise na hora de votar. Não é possível ter resultados diferentes se continuarmos votando nas mesmas pessoas de sempre.

Ritter: Para encerrar, sua mensagem final, candidato.

Tramontin: Eu peço ao eleitor que preste atenção nos candidatos que se apresentam nessas eleições. Procure entender porque cada um entrou na política. Eu e o meu vice, o jovem empresário Ricardo Althoff, não escolhemos a política como uma profissão. Nós entramos na política como um ato de doação, estamos na política para servir.
As ideias que nós representamos são a novidade que o eleitor tanto espera. Convido a todos a me seguirem nas redes sociais no @odairtramontin e acessar o site www.odairtramontin.com.br. Lá você encontra o nosso Plano de Governo e todas as nossas propostas para tornar Santa Catarina um estado mais livre e seguro. Muito obrigado! Um grande abraço!