A MESMICE POLÍTICA

por Laudelino Sardá


O eleitor habituado a ouvir ou assistir a programas dos candidatos na TV logo identifica a mesmice das frases, aquelas repetidas há mais de dez anos: “eu fui o que mais trouxe recursos para SC”; “minha luta por Santa Catarina foi sempre permanente”; “a educação foi sempre a minha prioridade”; enfim, os logros e malogros. No entanto, ao longo do exercício dos seus mandatos, a comunicação é pífia, justamente porque o poder fica acima das orelhas e eles se acham no direito de construir o seu cenário político, quando deveria justamente cultivar a relação com suas cidades e seus cidadãos.
A comunicação se torna prioridade quando os primeiros sinais do processo eleitoral alertam os candidatos. E tudo se torna grandes desafios, dependendo do perfil, caráter e da decisão do cidadão, como se bastasse apenas ouvir elogios e apoio de 30 conhecidos, amigos ou parentes.
Ora, é necessário compreender que uma eleição resume-se a uma conquista, ao resultado de um trabalho e não de um jogo em que bastasse um bom atacante para se conquistar uma vitória. Podemos comparar um político a um jogador. Basta não corresponder em cinco jogos sequenciais para ser vaiado. Claro que o político tem tudo para marcar um pênalti nas eleições, mas é fundamental que ele alcance níveis de conhecimento e de reconhecimento ao longo do seu mandato. A grande maioria – ou a totalidade – aposta na relação pessoal com grupos de eleitores, pequenas comunidades, sem perceber que a região, a cidade ou o estado são bem mais importantes ao fortalecimento de uma imagem de produção política, ainda mais em pleno século 21, em que a tecnologia oferece todas as facilidades para um político se conscientizar de que seus desafios, ao longo de quatro anos, resumem-se à importância de duas grandes realizações: relacionar-se com as lideranças, cidadãos através da comunicação e mostrar serviços que repercutam de forma consistente junto às comunidades. Para isso, o político necessita conhecer os fundamentos de uma cidade e entender o que desejam os cidadãos para viverem felizes em suas comunidades. Se política é fundamento à democracia, podemos então afirmar que a felicidade do cidadão depende essencialmente de bons políticos.

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