Floripa da magia…

por Laudelino Sardá


Florianópolis – As singularidades de Santa Catarina, com a força e pujança de suas microrregiões, levaram grande parte da população a ignorar Floripa como sede do governo. E a principal razão é o acúmulo de vícios e de feitiçarias político-partidárias, que no Brasil caracteriza bem as contradições e malogros do poder público em seus compromissos com a sociedade.
A desconcentração social e econômica de SC reduziu sensivelmente a dependência das cidades com a Capital. Políticos do interior marcam suas presenças na Ilha, mas Floripa, apesar de bela, ainda não assumiu o seu papel de Capital, mais por conta dos inquilinos políticos. A Ilha é muito pouco visitada pelos catarinenses do Vale do Itajaí, Oeste e Planalto Sul, ao contrário, por exemplo, de Balneário Camboriú.
Há, na verdade, excesso de políticos por metro quadrado na Ilha. São três poderes – federal, estadual e municipal, fora os franco-atiradores. O Governo municipal está querendo mudar o seu comportamento para fazer prevalecer a autoridade na cidade. Realmente faz falta, até porque não se sabe quem realmente manda em Floripa.
Floripa completou 350 anos, mas ainda não amadureceu suficientemente. Hoje, os nativos correspondem a menos de 40% da sua população. E o glamour da cidade estimula as vaidades de centenas de pessoas que ignoram a própria Floripa, aliás, moram em área de luxo e sequer colocam os pés no mar. Preferem pegar o avião e curtir cidades de outros continentes. Mas se eles preferem morar aqui é sinal de que a nossa Ilha tem magia. Só que nem as bruxas e boitatás conseguem neutralizar as feitiçarias dos incautos.

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