Universidades e cidades…

por Laudelino Sardá


Santa Catarina – Uma das principais vertentes da extensão universitária, que enriquece o processo de aprendizagem, tanto do aluno quanto do docente, é a compreensão, discussão e visão de futuro das cidades, principalmente as de sua região.
Mas por quê? Ora, as cidades é que refletem a formação, hábitos e costumes de uma sociedade.
Contudo, há os empecilhos político-ideológicos que se instituíram a partir do começo dos anos 60, quando as instituições de ensino eram acusadas de covis de comunistas e baderneiros, motivo pelo qual foram visadas pelos governos militares e por outros depois. Hoje, parece haver um confinamento alimentado por duas situações: os políticos não querem intervenção em suas estratégias político-administrativas, e as universidades se acomodaram e, infelizmente, a maioria dos alunos se despolitizou, enfraquecendo o papel dessas instituições de formar novas lideranças. Um professor fez a seguinte observação: “a nossa obrigação é de formar profissionais e preparar cidadãos”. Eu concordei em parte: sim, mas imagine se desse a esses futuros profissionais a visão de cidade e de soluções futuras? Com certeza, não estaríamos ainda resignados a um modelo em que temos de pagar impostos e aceitar as improvisações na gestão pública que geralmente resultam em benefícios eleitorais?
Se as universidades começassem a repensar seus conceitos, removendo-se das acomodações, com certeza iriam acelerar as mudanças, porque a própria sociedade fortaleceria as suas estratégias. Tanto a UFSC, a Udesc e as tantas municipais têm o reconhecimento das comunidades, que apostariam, sem dúvida, em suas novas estratégias de mudança. Ou será que a sociedade não acredita mais em universidade? Balela! Todos os pais querem ver seus filhos com os canudos universitários e o orgulho cresce bem mais ainda quando os veem trabalhando pela sua cidade e construindo uma nova vida.
O que preciso ocorrer, com certa urgência, é a consciência de políticos e dirigentes públicos de que deveriam concentrar atenção e soluções para o benefício da sociedade, imunizando-a contra interesses e resultados eleitorais.

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