Minha Opinião | Maurício Peixer


DEFESA DA VIDA: UM COMPROMISSO INEGOCIÁVEL
Por Maurício Peixer
Deputado Estadual de Santa Catarina

O debate em torno do aborto é uma pauta em crescimento na sociedade contemporânea. Embora eu acredite que a defesa da vida seja algo indiscutível e inegociável, é cada vez mais necessário argumentar sobre a importância de proteger a vida, desde o momento da concepção até o último suspiro.
É importante ressaltar que a defesa da vida não se limita a se opor ao aborto. Ela engloba uma série de valores e ações que abraçam o amor ao próximo, o respeito pelas diferenças, a doação de órgãos, o cuidado com crianças, adolescentes e idosos, entre outros atos relacionados.
Diante dessa necessidade de debater a defesa da vida em todas as suas dimensões, lançamos a Frente Parlamentar em Defesa da Vida na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) no dia 11 de outubro. Tenho a honra de coordenar essa iniciativa, que conta com o apoio de outros parlamentares comprometidos com essa causa.
O tema do aborto ganhou maior relevância no Brasil devido à votação da ADPF 442 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que buscou legalizar a prática e isentar grávidas e profissionais de saúde de penalizações legais.
A prática do aborto é, de fato, uma afronta à vida, especialmente daqueles que ainda não tiveram a chance de expressar sua voz. Além disso, ela destaca um discurso de ódio que parece estar se tornando cada vez mais prevalente em nosso país, com uma inversão de valores que é difícil de acreditar. Às vezes, parece que ovos de tartaruga têm mais valor para alguns setores da sociedade do que a vida em formação no ventre materno.
Fundamental lembrar que o primeiro órgão a se formar na vida humana é o coração, símbolo do amor, um sentimento notável que parece estar em falta naqueles que defendem e aprovam o aborto.
O lema “meu corpo, minhas regras” faz sentido quando se trata de preservar a vida, como o uso de métodos contraceptivos, principalmente os preservativos, que também ajudam a prevenir a propagação de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Outro aspecto relevante é o debate sobre os números de abortos clandestinos, que são superestimados por ONGs ativistas para promover a indústria do aborto. Prova disso está em um livro recente, “Números Abortados: A Manipulação das Estimativas de Abortos no Mundo”, de Marlon Derosa, pesquisador pró-vida e especialista em bioética, o qual argumenta, com base em pesquisas sólidas, que as estimativas de abortos clandestinos no Brasil são muito menores do que o projetado por essas organizações.
Além disso, não poderia deixar de considerar o impacto que a prática de “construir um túmulo no ventre” tem na saúde mental das mulheres. Existem sintomas psicológicos bem definidos associados ao pós-aborto, incluindo danos à autoestima, distúrbios do sono e do apetite, pesadelos, desequilíbrio familiar, perda de sentido na vida e, em casos extremos, tentativas de suicídio, de acordo com especialistas.
Os argumentos contra o aborto e em favor da vida são numerosos e muitos deles vão além do escopo deste artigo de opinião. No entanto, gostaria de encerrar com uma reflexão: diante do lema “meu corpo, minhas regras”, como explicar o ato de criar um “túmulo dentro do próprio ventre” e enfrentar os inúmeros impactos físicos e psicológicos que essa prática pode causar na vida da mulher? E, ainda, como justificar o descuido em relação à transmissão de DSTs?